É preciso ter mãos sujas de arar
O tempo, como se a terra fosse
Crespa e fértil, sempre a esperar
Que o desejo revolva o solo doce
É preciso ter na boca o gosto de mar
Sal de saliva em boca que mastiga
O tempo, como se fosse alimento
Ruminando as horas numa cantiga
Preciso é que não se tema o grão
Da areia que da ampulheta desce
Que se ame a água e se ame o chão
Que o tempo vem, passa e esquece
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