"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

abril 10, 2012

Poema feito de Nó

por Sônia Arruda

A poesia não termina em laço
Que se façam nós, é exigível
E que não se dê ponto sem nó
Nessa teia de verso invisível

Nó de corda que ata palavras
Nó que é ponto de conexão
Medida marginal de velocidade
No caule da planta, interseção

Poesia se faz com nó na garganta
Nas tripas e nos pingos d’água
Na estrada, nó é curva fechada
Tumor da madeira enfeita a tábua

E, se a inspiração deixa o papel
De angústia sufoco e quase morro
O Nó é o último apelo: “Ajudai-me
Nossa Senhora do Perpétuo Socorro!”

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