"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

abril 02, 2012

Licença Poética

por Sônia Arruda

O triste casulo que habitas
Quero chamar de fortaleza
Dar nome de flores raras
Às rosas murchas na mesa

Quero é ser hiperbólica
Abusar dos pleonasmos
Falar da feliz mentira
Multiplicar os orgasmos

Com liberdade de artista
Transgrido a tola gramática
Manipulo palavras, extrapolo
Rimas e versos sem métrica 

Digo até que a nuvem chora
E que eu “chovi” de dor
Que a inquietação esfarela
O pão adormecido do amor

Fujo daquilo que embota
Do que põe trava nas asas
Voo além da verdade dura
Piso sobre as vermelhas brasas




Um comentário:

Alan Sommer disse...

Obrigado, linda...

Sua poesia é marcante.

beijos

Alan