"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

janeiro 03, 2012

Momentânea Vertigem

por Sônia Arruda


Chegastes sem anúcio
Em forma de vertigem
E o desejo de abismos
Quase fez desmoronar
Das palavras, a origem


E uma linguagem nova
Ansiosa pra se instalar
De gemidos, fez a trova
De gestos, a coreografia
E quase pude bailar...


Mas o mergulho adiado
Medo da queda, talvez
Medo maior, do “talvez”
Impediu o voo pleno
E a vontade se desfez

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