por Sônia Arruda
O que mais amei em ti
Foi a disponibilidade
Minha de te dizer sim
Perder a forma precisa
E de não saber de mim
A minha idéia de ti
É que alimentou-me
Os olhos e o coração
E te manteve vivo
Digno de pura atenção
Pra receber teu amor
Revirei negras cavernas
A boa fama, desmanchei
E, sem a noção do certo
Eu fui mulher e te amei
Dei cordas às fantasias
Inventei belos cenários
E situações interessantes
Pra colorir os encontros
Como merecem os amantes
Fui aprendiz e, hoje, sei
Que em ti, e antes, e depois
Tudo o que mais amei
Só amei porque havia aqui
No coração que te emprestei
"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"
Sônia Arruda
Um comentário:
Lindo, lindo, lindo...
E exatamente o que conversamos hoje... sobre a gente amar a idéia que faz da pessoa.... e emprestar o coração.
Sou tão sua fã, Soninha Arruda.
Beijo,
Flá
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