"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"
Sônia Arruda
setembro 16, 2011
Toda a ciência cabe num beijo de amor
por Sônia Arruda
Teu beijo era um diagrama
A umidade da língua traduzia
A possibilidade de infinitos
Do que crescia para dentro
Do que, para fora, crescia
O tempo parecia desdobrado
Nas bocas dispostas a trocar
Revirava-se do avesso lado
Ao toque, o espaço se diluia
Outros espaços eram criados
E a consciência nem percebia
Há mais mistérios selados
No teu beijo de amor, percebi
O tempo e o espaço que penso
E trago, há muito, internalizados
Desaparece, se eu me rendo
Se teus lábios, aos meus, colados
São meu único desejo de certeza
Na nova ciência que aprendo
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Um comentário:
Linda e verdadeira "Toda a ciência cabe num beijo de amor"
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