"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

setembro 08, 2011

Minha face que não conheces












por Sônia Arruda


Nem sempre a paz me habita
Às vezes o mau humor visita
A boca amarga que declama
Palavras com sabor de lama

Às vezes, a vingança é prato
Dizem, melhor frio do que quente
Não sei se acredito, mas...
Na dúvida, não me apoquente!

Verdade! Posso ser má
Dizer nome sujo e fazer coisa feia
Posso atear uma fagulha
Enquanto a palha incendeia

E até usar "de violência"
Confesso, com muito esforço
Fazer com que a mão que afaga
Te bata certeira no rosto

Tu ainda não conheces esse lado
Meu, que trago bem camuflado
Só sabes da minha parte amiga
Pois deixa, então, que lhe diga

Não sou de ferro nem de pedra
E, de barata, não é feito
O meu sangue humano que ferve
Se a raiva me atravessa o peito

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