por Sônia Arruda
Ah! Não me peças para ficar
Deixa que eu vá logo embora
Já é tarde. Passou da hora
Não vamos, tudo, estragar
A noite parece criança
Nos dá toda a liberdade
De ir, de vir... de bailar
O prazer da contradança...
E a gente não se cansa
De tantas vezes se amar
E, embolados, imaginar
Que a rotina não nos alcança
Mas a luz do astro rei
Do epílogo vem lembrar
Luz que não posso apagar
Não tem interruptor, eu sei
Ah! Me pede para ficar
Junto de ti e adormecer
Um pouco, antes de partir
É aqui que quero ficar
O dia me dá esperança
De que o relógio acelere
Pra que na próxima lua
Me conquistes a confiança
E, cercada de fortes braços
Que me dêem segurança
Eu possa dormir sem medo
De que se apertem os laços
E os raios de sol, implicantes
Que me tiravam do enlace
Ficarão esperando lá fora
Pra não acordar os amantes
"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"
Sônia Arruda
Um comentário:
Texto soberbo.
Postar um comentário