"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

setembro 07, 2011

Armada












por Sônia Arruda


Tênue orgulho sustentou
O resto de sorriso que ficou

A tristeza que chegou do nada
Interrompe a hora da risada

E as lágrimas que não correm
Mal chegam aos olhos, morrem

A face mistura à decepção
O frio que sobe desde o chão

Mãos se entortam, contraídas
Pois se sentem mãos traídas

O corpo que de verso se vestiu
Agora, se veste de paralisia sutil

Teme fazer algum movimento
Que revele o íntimo tormento

Usa a desconfortável armadura
Que o olhar maldoso não fura

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