"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

setembro 30, 2011

Fugaz

por Sônia Arruda

Deixa eu cantar na tua boca
A fome de desejos guardada
Encerra em meu colo a procura
Faz do meu ventre, breve morada

Vem, que eu te prometo, apenas
Alívio para um tempo finito
Sem rigigez nem protocolos
Onde nada é pouco ou comedido

Tempo de dizer “Eu te amo!”
Enquanto a alma nua se mistura
À nudez relaxada dos corpos
E a frase se torna verdade pura

Tempo de esquecer que se amou
Outro rosto e uma voz diferente
A alma tem dificuldade de esquecer
Mas o corpo se esquece... e sente!

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