por Sônia Arruda
Às vezes, basta um olhar
Um olhar nu de desprezo
Que olha dentro e não através
Que olha no fundo da retina
Que encontra dos outros olhos
A sempre escura menina
Um olhar sincero, sem medo
De noutro olhar se perder
Olhar sem pretensão maior
Que o desejo de conhecer
Sem se importar com o ganho
Na cumplicidade, o seu prazer
Assim é o olhar do amigo
Do amante e do irmão amado
Também deveria ser o olhar
Que move o olho do mundo
Liberto de preconceitos e preso
Somente, à onda da luz... profundo!
"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"
Sônia Arruda
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