por Sônia Arruda
José, e agora?
Que a vertigem cedeu lugar
ao espanto de te rever
e não ver mais que espectro
do que um dia foi teu ser?
E agora, José?
Que tuas palavras perderam
a volúpia... esmaeceram
canto insólito de zumbis
no limbo apodreceram?
Que fazer se todo o prazer
entre língua e pensamento
escaparam num só átimo
no piscar breve do tempo?
Onde encontrar os pedaços
orfãos, de mim, perdidos
se nenhum tempero agradou
aos paladares mal servidos?
Fazer o quê se o final dos tempos
se materializava no teu corpo
que carregavas, preguiçoso
José meio vivo... José metade morto...
...E agora?
"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"
Sônia Arruda
2 comentários:
E como Drummond está feliz!
É josê, melhor aparecer logo. rs. Lindo!!! parabéns! bjs.
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