"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

junho 30, 2011

Oração II












por Sônia Arruda


Que o meu verso não se perca
E que a minha voz não se cale
E que o coração não ensurdeça
Mesmo que, pra dentro, eu fale


De lá de dentro, em algum vão
No mais recôndido e reservado
Lugar, que trago bem abrigado
Desejos adormecidos levantarão


Que eu não anoiteça antes do sol
Se deitar atrás do horizonte visível
E que não morram os meus sonhos
De viver uma felicidade possível


Enfim, que eu não faça do medo
Meu aliado nem meu fiel amigo
E a antiga vontade não se esconda
Pra que eu me encontre comigo

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