"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

junho 25, 2011

Libido












por Sônia Arruda


No silêncio do meu verso
Dorme um moleque querubim
Anjo um tanto controverso
Energia adormecida em mim


Sem um trono nem um altar
Esse guerreiro, ainda menino
Gosta de atiçar muitas paixões
Esse o seu verdadeiro destino


Não imune à propria flecha
Pela borboleta, se apaixona
Alma humana que lhe estende
Asas onde o corpo abandona


Assim essa Psiquê errante
Larga o seu túmulo antigo
Para a primavera enfeitar


Deixa a lagarta rastejante
E junto ao seu novo amigo
Aprende o prazer de amar

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