por Sônia Arruda
O acaso me reservou
Ser desejado presente
Tua Pandora, a dona
Dos dons, onipotente
A curiosidade de Eva
Que não deixa de ser
Dom de deuses, também
Abriu-te a caixa, fez ver
Mas ao abrir cerrada porta
Sem controle escaparam
Medos lá bem guardados
E teu sono atormentaram
Só restou a tal esperança
Esta, na borda, continuou
Pra resistires a toda dor
Que meu amor te causou
"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"
Sônia Arruda
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