"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

maio 05, 2011

Silêncio II

por Sônia Arruda


Tenho medo de um certo silêncio
Aquele que, a pele, frio atravessa
Entra, perfura entranhas e vísceras
Lâmina cortando toda promessa


Esse silêncio de aparência infame
Destrói sem dó ingênua expectativa
Disfarçado de razão, de altruísmo
Dilacera derradeira semente viva


Transforma a noite em horas lentas
E o significado dos sons de cada dia
Se perde. Ouvidos carentes, só ouvem,
A música embalada no sopro da poesia 

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