por Sônia Arruda
Troca rapidamente de cor
a astuta alma camaleoa
veste um azul bem moldado
na presença de outra pessoa
O personagem construído
tem, no outro, o seu espelho
e uma platéia atenta às frases
camufladas em tons de vermelho
Confundido com a natureza
para sentir mais segurança
busca por uma identidade
na pele, o verde esperança
Esse ser paciente espera
lagarteia ao sol amarelo
rouba, do astro rei, a cor
ladrão volúvel, mas belo
"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"
Sônia Arruda
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