"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

abril 30, 2011

Durmo... mas não encontro













por Sônia arruda


Durmo, mas não encontro
o repouso tão necessário
a trégua de um dia cheio
no intervalo imaginário


De dia, meus cinco sentidos
criaram enfadonha realidade
que, em sonhos, a noite
não dissolveu na totalidade


Meu corpo sem começo
e sem óbvia extremidade
ficou no quinto Diedro
vagando na transitoridade


Então, como descansar
se não adormece a mente
e até no sossego do sono
incomoda? Luz impertinente!


Durmo. O corpo exige, não sabe
que o oposto do frágil tempo
não reside na infinidade, mas
na ausência do pensamento

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