por Sônia Arruda
Sei que preencho esse momento
Breve que mora no intervalo do piscar
E danço como bailarina distraída
Nas entrelinhas dos contos escolhidos
Para tentarem as saudades despistar
Sei que te adormeço e que te acordo
Na imagem que se forma impertinente
Atrás das tuas pálpebras pesadas
E que meu nome repousa em teus lábios
Mas não dito, morre silenciosamente
Sei que a tua fonte secreta de palavras
Que um dia fluiram em doce turbilhão
Secou, deixou a alma vazia de esperança
Deixou o riso forçado, as mãos desoladas
E, do desejo, uma insistente lembrança
"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"
Sônia Arruda
Um comentário:
Gosto muito de seus poemas e gostei bastante do seu blog. Adorei a foto das pedras no rio! Estou seguindo seu blog e lerei mais por aqui, com prazer! Ah! A gente se conhece do facebook, da estante de Mónica Monteiro.
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