"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

abril 02, 2011

Doce Remédio













por Sônia Arruda


A minha boca está seca
Úmido é o meu olhar
Na garganta e no ventre
Cegos nós vêm se instalar


Sensação de embrulhamento
Nas “tripas”, constipação
Tremor de mãos e de pernas
Vertigem e certa palpitação


Perda sutil de concentração
E sono bem pouco satisfeito
Estômago revolto de emoção
Aperto aqui, dentro do peito


Ferida na alma, desfolhada
Gemido feio de feia dor
Delírio de febre intermitente
Serão sintomas de amor?


Se há remédio, é doença
Se não há, invento tratamento
Liberto em palavras derretidas
A poesia presa no sentimento

2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tânia Camargo disse...

Lindas suas poesias, Sonia!
Lindo seu blog... Ñ consegui seguí-lo, mas vou salvar seu endereço p/ voltar e visitá-la!
Bjs em seu coração,

Tânia Camargo

http://taniadecamargo.blogspot.com