"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"
Sônia Arruda
abril 01, 2011
O Meu Amor Sonha...
por Sônia Arruda
Meu amor me visita nas noites prateadas
Quando se abre, das nuvens, a cortina
E a lua brinca de esconde-esconde
Dança no meu rosto alegre de menina
Meu amor me espreita detrás da porta
Se ampara nos caules de árvores centenárias
Senta nos bancos das praças desabitadas
E dos bares simples de cidades imaginárias
Meu amor canta um cantiga conhecida
Que me faz bailar em qualquer momento
Mesmo que o corpo pareça peça imóvel
É porque danço, mas danço aqui dentro!
Meu amor invade os dias em que vivo
E as horas mortas em que estou suspensa
Entre o eu que vive e o eu que sobrevive
Num dilema inútil e numa dor imensa
Meu amor só me encontra em sonhos
Talvez por isso goste tanto de dormir
Não resiste à rotina dos dias e precisa
Na coberta da noite, da realidade fugir
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