"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

outubro 23, 2010

De quando fui feliz...













por Sônia Arruda


Por campos de flores e sonhos
Vaguei no meio da noite sem fim
Caminhei incerta no meio da vida
Andei ansiosa no meio de mim


Levava como única certeza
A de que o caminho me mostraria
A beleza das folhas esparramadas
Das pedras e de flores delicadas



De que cada pedaço de solo
Acolheria meu pé cansado
Provocando ligeiros tremores
A cada passo novo traçado



Meu doce desejo na grama macia
Acreditei que a relva abrigaria
E que o com um beijo prateado da lua
A luz do dia se despediria


Que acordaria com o som dos pássaros
Rompendo o silêncio e o orvalho
Que o vento me idicaria o rumo
Sem deixar o desânimo ceder ao atalho



Acreditei no verde vale mostrado
Que me falou tanto em esperança
Despertou vontades e outras criou
Me fez feliz como iludida criança



Acreditei por que eu não sabia
Que precisava mais do que flores
Pedras, palavras e pássaros cantores
Para me servirem de companhia


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