por Sônia Arruda
Se o nosso amor a gente inventa
Ou se acontece por um acaso?
Sou inventora pouco atenta
Se a verdade está no primeiro caso
Falhei no encaixe das peças
Na mistura disforme de tudo
Que parecia nobre ingrediente
Falhei, sim. E não me iludo!
Produzi uma obra tortuosa
Que se mostrou bela, de início
No final, propaganda enganosa
Não insisto mais na empreitada
Apesar de teimosa não preciso
Inventar que sou bem amada
"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"
Sônia Arruda
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