"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

outubro 02, 2012

Ecce homo

por Sônia Arruda

Divido-me e sou essa parte
Já não mais só contemplo
Como poeta, eu invento
A vida é minha obra de arte

Restauro-me e reconheço
A forma da razão antiga
Que guia com mão amiga
Mesmo eu virada do avesso

Sou pedaço e sou o todo
Reside aqui a possibilidade
O arbítrio é o companheiro
O desejo é a única verdade


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