Havia uma poesia torta
Guardada na gaveta velha
Amarrotada
e à naftalina
Misturada.
Parecia morta
Havia um
desejo embrulhado
Em roupas
e em traças
Não tinha
cheiro de nada
Somente um
tom desbotado
Mas havia
a mão certeira
Que abria
as coisas fechadas
Que espanava
os interiores
Com ares
de arrumadeira
Alisava papéis amarelos
Expunha o
escrito dobrado
Descobria
o desejo calado
Escrevia os
versos mais belos
Nenhum comentário:
Postar um comentário