"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

maio 31, 2012

Através

por Sônia Arruda

O olho vê através da máscara
As origens das inquietações
E não importa a palavra oca
Não importam as intenções

Pois o olho percebe a dor
Nuances de muitos vermelhos
Por trás da máscara, vê cor
Que não se reflete no espelho

Nada há que se esconda
Nem desvio ou tortuosidade
Do olhar voyer que despe
Nada resiste à curiosidade

De forma lenta e insistente
Despe a parede que aprisiona
As marcas da alma humana
E o que ele não vê, pressente!

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