Meu solitário personagem
Frente ao auditório ou leitor
Como se nada nem ninguém
Fraca resistência viesse impor
Numa lógica bastante ilógica
Descompassado ritmo, ator
Traçado incoerente, vômito
Sem dó no vão expectador
O que vai no subconsciente
Como palavras, transpassam
Cruzam, da sala, os espaços
E, nele, mero depósito acham
No frenético fluxo, sem razão
Monólogo de minha voz de sons
Trêmulos, alquebrados e intensos
Se ele ouve, não presto atenção
Pra reparar o que lhe toca ou não
Ouvinte da minha verborragia
Mero ser que minha mente vaga
Distraída com particular emoção
Precisaria pausar insistente fala
Respirar manso, olhar ao redor
Olhá-lo bem, no fundo dos olhos
Enquanto a eloquente boca cala
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