"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

dezembro 17, 2011

Sem palavras











por Sônia Arruda

Numa brecha do tempo
Cavada em noite de lua
Aconteceu nosso encontro
Naquela acordada rua

Foram únicas testemunhas
Prédios e calçadas mudos
Vendo através da vidraça
A beleza daquilo tudo

Instantes sem palavras
Os beijos as engoliram
Guardaram pra depois

Momentos sem travas
Onde os limites sumiram
Na imprecisão de nós dois


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