"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"
Sônia Arruda
novembro 01, 2011
Anjo Meu
por Sônia Arruda
Meu anjo é um tanto maroto
Fala blasfêmias, conta anedotas
E salva-me da dura sisudez
Meu anjo de pernas tortas
Brinca com tudo que há
Sem cerimônias, ele dança
E não há pudor que pare
Os seus passos de criança
Me traz sorrisos de um baú
Que ele guarda entre as penas
E sopra-me muitos segredos
Por suas mãozinhas pequenas
Nunca o menino me deixa sentir
A solidão que devasta os seres
Com olhos que não veem anjos
E corações que não têm quereres
Meu anjo não tem um nome
Pra que nunca se torne humano
E não conhece outro ninho
Que não o meu peito cigano
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