por Sônia Arruda
O Amor é um cão endiabrado
Que corre atrás do próprio rabo
E nunca sabe o que vai à frente
Se é a cabeça ou se é a cauda
A resposta lhe é indiferente
Se alimenta de amor
Regurgita amor
Pede amor
Doa amor
Espera amor
Se amor, entrega
Divide amor
Muliplica amor
E nem sabe fazer conta
Não importa, faz de conta!
O Amor é um cão danado
Sempre foge à porta aberta
Mas a um breve sinal, volta
Fazendo festa e abanando o rabo
"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"
Sônia Arruda
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