por Sônia Arruda
Se eu fosse frágil
Tu me darias colo
Se eu fosse forte
Tu me darias honras
Se eu fosse lenta
Tu provarias a preguiça
E se eu fosse veloz
Tu me alcançarias
Se eu fosse fome
Tu serias alimento
E se eu tombasse
Tua mão me ergueria
Se eu fosse verso
Tu serias um poema
Um poema de amor
Pois teu amor eu seria
Se eu tivesse feito assim
Tu terias feito assado
E se eu falasse desse jeito
Tu poderias ter escutado
Mas como o tal do “se”
Nunca pode ser provado
Por mais que a lógica tente
É facilmente empregado
Da condicional leviana
Seria melhor o esquecimento
Pois se não houvesse o “se”
Não haveria arrependimento
"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"
Sônia Arruda
Um comentário:
Amiga, que coisa linda!!! Felizmente o "se" é uma ilusão. Nunca poderemos ter as duas versões. Apenas uma será materializada. Não podemos nos arrepender. Guimarães Rosa disse que "aprender a viver é que é o viver mesmo". Aposto nisso. Saudades!
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