"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"
Sônia Arruda
agosto 16, 2011
Contadora de Histórias
por Sônia Arruda
Gostava de inventar histórias
E fazer rabiscos rebuscados
Que chamava minhas obras
Aos expectadores admirados
Às vezes, passava horas
Os olhos lentos mergulhados
Nas imperfeições das paredes
Personagens eram concretados
Não falava por muito tempo
Gostava do silêncio curtido
Que já tem muitos barulhos
De concha ao pé do ouvido
Viajava com a facilidade
De polens nos bicos levados
Mal se dava conta do caminho
Nem dos lugares visitados
Era sem noção de espaços
Esbarrava em tudo que havia
Queria o mundo que a pintura
Sem contornos nítidos trazia
E a imaginação era tamanha
Que o mundo real entediava
Cada um dos seus sentidos
E mais uma história inventava
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