por Sônia Arruda
Meu verdadeiro ofício...
Sou sacudidora de palavras
Balanço-as no morno vento
Ao sabor tão leve do ar
Ao gosto móvel do tempo
Eu as solto pelo caminho
Sem intenção de retornar
Palavras são migalhas de pão
Alimento de passarinhos
Pedras coloridas para enfeitar
Palavras de muitas texturas
Brotando de internas cordas
Gostos passeando pela língua
Acariciando ouvidos atentos
Dão o tempero aos momentos
Saciam, enfeitam, decoram
Tantas vezes, independentes
Da minha vontade original
Pois teu desejo é que as colhe
E faz poema novo, sem igual
"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"
Sônia Arruda
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