por Sônia Arruda
Recortei a tua foto
Como quem pretende
O tempo, recortar
Separá-lo em fatias
Pra poder desprezar
Deletei o teu verso
Com a mão ligeira
Que, apenas, esperava
O gesto descomplicado
Que o coração negava
Quando um amor parte
Leva parte do sonho
E a libertação que vem
Se confunde, inteira
É esvaziamento também
E, entre a liberdade
E o vazio apresentado
Não me parece haver
Opção ou boa escolha
Só me restando... viver
Que a vida, então, venha
Leve, longa ou breve
Ah! Como deve chegar!
E que o susto não mate
O amor que quer brotar
"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"
Sônia Arruda
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