"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

março 25, 2011

Por que te espero?













por Sônia Arruda


Talvez, porque a chuva insista em cair
Nos fins de março, epílogos de verão
Porque a lagarta muda a forma
E tem no casulo a veste passageira


Porque as estações se sucedem
Independente do meu desejo de calor
E porque o tempo não para
Mesmo se tento alguns parênteses


Da mesma forma eu te espero
Obediente à força das coisas naturais
Sem resistências que sei, inúteis
Sem lágrimas saudosas e sem alardes


Simplesmente, espero...
Como espero a chuva cessar,
A borboleta multicor e o verão novo
E não mais quero parar o tempo


Pois sempre virá a manhã seguinte
Ou a outra... ou a outra...
Até que tu chegues com um sorriso
Ou até que eu não mais te espere

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