"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

fevereiro 20, 2011

Amar... não custa nada!













por Sônia Arruda


Eu te disse que não custaria
Pra sentar ao meu lado não era preciso
Pagar nada, somente obedecer às pernas
Descansar o corpo e recostar


Jogar conversa na madrugada
Falar de tudo e falar de nada
Declamar uns versos roubados
E sentir que a noite tem cheiros


Depois, te disse que poderias
Dormir ao meu lado, que a manhã
Te acordaria com afagos de beijo
E partirias sem meu sono levar


E te disse que nada alteraria
A economia interna tão preservada
Acreditava que nenhum mal havia
Em partilhar segredos, risos e abraços


Só quero que não me tenhas raiva
Nem me entendas pessoa traiçoeira
Não imaginava que tanto te custaria
O que eu te dei, assim, de graça

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