por Sônia Arruda
...Cansa ser, sentir dói
Viver se torna esforço imenso
Inumerável sucessão de horas
Que paralisam teu corpo denso
Esperas recompensas ao final?
Ou só angústia em observar o tempo
Por que viver? Por que ser?
Por que te passas tudo tão lento?
Tentas te refugiar das questões
Cristalizando a crua essência
Numa rotina cruel, sem tréguas
Desesperada forma de resistência
Mas não consegues inteiramente
Esquecer o fardo que carregas
E sob o peso morto, teu osso curva
Cais, definhas e, de ti, te libertas
"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"
Sônia Arruda
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