"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

outubro 09, 2010

Libelinha

por Sônia Arruda













Vai minha donzela alada
ao sair do casulo apertado
insufla as asas transparentes
ninfa vira cavalinho-do-diabo


Teu passado de dragão sábio
com hálito de fogo espargindo
magia e ilusão de mudar de forma
e com escamas a noite colorindo


Jacinta, lavadeira e cabra-cega
sucumbiu ao coiote ardiloso
perdeu antigos poderes mágicos
e o porte de bicho grandioso


O que perdeu em tamanho
ganhou em essência e energia
enfeitando a realidade concreta
com belas nuances de fantasia


Transmite iluminação e sabedoria
e nas asas leves a transformação
Leva aos espíritos da natureza
Doce mensagem de renovação

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