"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

setembro 25, 2010

Nem sempre é doce o amanhecer

por Sônia Arruda



A luz entrou pelas frestas
Se fixou na retina, insistente
Do sono coberto de sombra
E de imagem iconsciente


A luz cegou lúdico momento
Do amor que vivia inocente
Sob a pálpebra fechada
Do corpo imerso e quente


A luz fez peso intenso
Na origem da imagem
Tornou estéril a esperança
E o sonho, pura miragem



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