"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

agosto 09, 2010

Bem-me-quer, mal...














por Sônia Arruda



Não quero a decisão das pétalas
Nem dos dados jogados ao acaso
Quero tecer a rede que jogo ao mar
Mesmo que a trama torta não alcance
Todos os peixes coloridos do meu desejo

Não quero, conduzida pelo trem, apenas
Observar na velocidade os que vivem lá fora
Através das janelas expostas das casas
Não quero, simplesmente, passar pela vida
Quero que a Vida me transpasse!

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