"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"
Sônia Arruda
março 13, 2010
Nada
por Sônia Arruda
Pode haver um cansaço morno
Que traz um certo conforto
Quando se desiste de querer
Mesmo se o corpo não é morto
Não há pranto gerado de solto riso
Não se faz necessário sacrifício
Nem lamento pelo não vivido
Nesse estado há só interstício
Nenhum movimento, voz muda
Nega sentido ao canto possível
Que se esvai numa dor surda
De cumprir qualquer cadência
O coração já tão esquecido
Espera a morte sem resistência
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