"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

outubro 11, 2009

Amor Bruxo

por Sônia Arruda


De onde vens feiticeiro
da face pálida e do olhar sem cor
mas que me observa insistente
fazendo-me rosa e quente corar?

De onde vens que em seu infinito silêncio
me diz coisas íntimas tão boas de ouvir
e ao tocar-me de leve faz voar
mais alto do que as aves de rapina?

De onde, esse cheiro de terras distantes
e florzinhas brancas colhidas em sonhos
vem, perfuma o quarto, invade o tempo
e muda as horas de lugar?

De onde vens não importa
se me chegas quando te preciso
trazendo contigo a chave
de meu desejo contido.

Nenhum comentário: