por Sônia Arruda
Ah! angústia de não saber
o que me vai por dentro
corpo aquário gaiola
prende desconhecido ser
piso com passo forte
apressado compasso
de quem não sabe
onde encontrar o norte
giro ao redor do mundo
volto ao estranho cofre
e não passou mais
que simples segundo
qualquer coisa que revele
escrevo para expulsar
algo mais do que ossos
sob a minha tensa pele
invento música e danço
desesperada tento, em vão
entender o mistério do ser
que já não mais alcanço
"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"
Sônia Arruda
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