"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"
Sônia Arruda
junho 11, 2009
Um Presente
por Sônia Arruda
Vasculhei internas gavetas e possibilidades
E encontrei algo pra te oferecer
Te dou de presente o meu presente
Mimo mais caro que há em mim
Te dou a minha infinita rebeldia
E sonhos possíveis que tecem malhas
Onde a tua alma de virtuose
Esquece os caminhos da dor
Te dou, também, minha dúvida
E a vontade eterna de conhecer
Um oceano balançado de incerteza
E nenhuma promessa leviana
E te dou meu canto, porque existe
E as felicidades pequenas colhidas
Sem medo escorregadio entre dedos
Inseguros dedos que não desejo mais ter
Te dou os meus olhos fechados
Que te adivinham esperados gestos
E o sorriso sempre disposto a rir mais...
E te dou o nome de Namorado
Novo colorido soprado à palavra gasta
A cada vez que assim te chamo
Então, querido, desfrute o teu novo nome
Como só os corajosos o sabem fazer
E pra completar te dou a boca enamorada
Rosa viva, que da tua língua, é doce ninho
E de ti, quero, apenas, esse mágico instante
Que eu já estou pronta pra receber
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