por Sônia Arruda
Era uma casa bem esquisita
Difícil até de se imaginar
Não tinha janelas nem portas
Que impedissem os sonhos de entrar
Entravam, também, outros bichos
De tamanhos e variadas formas
Que era preciso encontrar um espaçozinho
Pra poder dormir algumas horas
E esses seres tinham vários esconderijos
Uma panela, um armário, um fogão
Tudo servia para aconchegante morada
De tanto bicho espertalhão
E o dono? O que dizer?
Certamente, o cara era um louco
Tentando encontrar seu lugar no mundo
Que lhe oferecia de tudo um pouco
"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"
Sônia Arruda
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