"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

fevereiro 20, 2009

Retrato























por Sônia Arruda

Ah! Minha criança
Perdida em tempo distante
Já te posso olhar em preto e branco
E sentir carinho
Vontade de te abrigar no colo
E fazer um pouco de carinho... e mimo
As lágrimas que verto agora
São doces e molham
Teu rostinho imóvel sério
Rosto meu... tão querido!

E sei que a criança que fui
Ainda existe em mim
Ela não foi morta
Pelas desilusões sofridas
Pelos sonhos desfeitos
Pelas verdades desvendadas
Ela se manifesta, espera e crê
E se revela sempre que preciso
Com cheiro bom e doce de bebê

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