"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

outubro 12, 2008

Obra


por Sônia Arruda

Querido, não me moldes com tuas fantasias
Prefiro o teu olhar sereno e observador
Que a obra ao final talvez não te sorrias
Mas a mulher só te guarda sorrisos de amor

Não receies descobrir que prefiro o amarelo
Se tu só gostas de uma outra cor
Há sempre um arco-íris de possibilidades
Se me enxergas a beleza em botão de flor

Também não quero de ti sacrifícios
Mas se alguma dor te entortar os passos
Que eu possa ser teu natural abrigo
Teia macia de pernas e de braços

E não me pretendas assim, tão perfeita
Pois até tenho ciúme, tola que sou
Daquela outra eu que te visita em sonhos
E habita o intervalo onde não estou

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