por Sônia Arruda
Quando nasci me deram um nome
me alimentaram
me vestiram
me contaram histórias
e cantaram cantigas para dormir
quando morri me vestiram
me levaram até lugar santo
me deitaram na terra macia
e falaram palavras bonitas ao meu respeito
e depositaram pedras
e flores...
tudo isso fizeram
quando morri
depois, foram todos embora
para suas vidas
e de tudo, só restou a lembrança
de um nome...
"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"
Sônia Arruda
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