por Sônia Arruda
Noite básica, noite morna
de minguante lua
ácido pingente repousando
no colo negro do céu
lua-madrinha
por que não me guias
leste-oeste
como o amante sol?
os seres escapados
das imaginações insones
não encontram sombras nem dobras
pra se esconder
talvez, esperem
alguma lua mais cheia
para escancarar janelas
e ofuscar estrelas
e dançar rebeldes
no jardim pagão do ser
"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"
Sônia Arruda
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