por Sônia
Arruda
Minhas
palavras sobraram
Esparramadas
se perderam
Com as
mesmas variedades
Que dão direção aos ventos
Elas partiram
pelos ares
Tornaram-se
folhas ressequidas
Que coloriram
outros vales
Nenhuma mão
as recolheu
Caíram secas
pelo chão
Serviram de
fofo colchão
Abrigaram
o sono de amantes
E esqueceram
de onde vinham
Quando de
mim foram ceifadas
Deixando-me
vazia de prosa
Espinhos
em rosa desfolhada
Restou-me
a haste potente
Que tudo
aprendeu, novamente
E pôs-se,
logo, a escrever
Mas para,
em vão, não sofrer
Libertou-as
sem muito apego
Pois aprendeu
útil segredo
O sol que,
todo dia, nasce
É o mesmo
que, à noite, vai morrer
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